quinta-feira, 19 de agosto de 2010

06-


Perto da morada tem um lago, neste lago há um tesouro!
Talvez um dia eu chegue lá...
Perto do lago tem uma morada, nesta morada há um tesouro! Encontrar-nos-emos!

Sentado na janela do primeiro amanhecer esperando o primeiro raio de luz... Nascido sobre a quente areia do deserto. Filho de uma estrela cadente e o fogo celestial. O amanhã que se veste de eternidade, transbordante vida sobre as moribundas cabeças, reaver as asas que foram devoradas com o medo e a escuridão. Às estrelas hão de voltar a brilhar, derramando lágrimas e abundando alegria.
E tudo há de se tornar uma forma apenas... E abandonada somente restará à solidão!
... E bailavam os anjos nos céus!
E na terra os homens derramavam suas lágrimas sobre a seca carcaça de seus filhos,
De suas almas cansadas de dor...

São abundantes horas de reflexão sobre minhas contradições e insignificância. Porém não me esqueço dos momentos de orgulho em que me comparo a um rei.
Eu abandonei meus amores por um amor maior... Mas guardo toda a rosa em meu peito, antes que a morte se aproxime e enfim liberta-me para todo o sempre!
Ele retirou as cortinas, abriu as janelas, mas a luz não quis entrar...

As contradições aumentam em um ritmo insuportável, sei que me engano ao sentir.
Pois bem sei que muitas vezes a minha razão me enganou, afligiu e ludibriou. São poucas resposta, respostas aflitas tal como um pássaro cansado mo meio do vasto oceano querendo pousar.
Indesejáveis perguntas as quais creio que haja apenas uma resposta, talvez uma canção que desconheço. Uma vontade metafísica que de um turbilhão de questões nos subjuga como escravos, que fugindo eles do seu dono são capturados, açoitados, condenados e mortos.
... Então dirá a sombra ao gênio: Queimaremos por um tempo, e então seremos cinza!

No dia de amanhã o rio irá correr de acordo com o principal sorriso, destinado ao menino que havia olhado o verdadeiro segredo, e compreendido o real significado da descoberta de ser.
Verdade que se entrega ao medo pôr não conhecer a grande força das águas que alimentam as ondas do universo desconhecido dentro de nós, e por onde navegam os profundos desejos da alma humana.
Em dias longos e em sonhos pérfidos, em longos sonhos e em dias pérfidos. Possíveis respostas em perguntas opostas, possíveis razões em situações de loucura, nesta era em que os mudos nos falam a verdade e em que os cegos nos indicam o caminho, vale de ossos podres, onde o medo é dado como coragem.

O sol em minha mão tornou-se o meu desespero,
Pois há uma legião que almeja a verdade.
Faço-me de tolo ignorante na sombra do desdém,
Gerando ao demônio sua decepção sem olhos.
Paixão que queima e me consome as entranhas,
A dor nasce de memórias de prazeres díspares e puros.
Mas alimentando aos que na morada habitam,
Bondade e abrigo eles concedem!
Constelações onde se pode parar o tempo e beber o êxtase...
Cessado o prazer só restará o vazio e a escuridão!
O que o amanhã sabe não se pronuncia?
São os olhos do pecador que se abre para as trevas dissipar!
E a legião falará e a amaldiçoara o mundo dizendo aos tolos
Eis a fortaleza dos inimigos da realidade!
E em algum momento todos verão a forma do amanhã
E nesta visão aterradora, talvez ouçam o nada a seus nomes clamar!
E em contemplação irão de orar e encontrar o próprio vazio...
Assim conhecerei o caminho a seguir e quais paredes derrubar,
E compreenderei que todos nós decompomos, mas,
Que aqueles que compreendem o despertar,
Dos braços da morte escaparão...
... Lembro-me como se fosse hoje, ainda havia rosas no jardim e dos espinhos jorravam mel.

A cada passo que dou, em cada singelo espaço de tempo que me sentei e em reflexão entre o que pronuncio de estar e não estar... Estar em fluxo contemplativo da realidade, observando aquilo que se autodenominam esferas, onde o sentido da palavra é evidente pela concepção subjetiva que cada individuo possui sobre a realidade que o rodeia e o universo que o anima.
Evidencio que o espírito que nos vivifica desde o principio caótico, assim como todas as coisas somos frutos de mudanças e contradições, mostrando que quanto mais nos aproximamos de um fim desejável maiores e mais confusas serão nossas respostas e direções. E é fundamental saber que os que são confundidos, esses sim estabelecerão a ordem de todas as coisas.
Rodrigo Taveira.

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