quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Eu o vi e ele me chamou pelo nome.


Um sábio contando historias sobre o fim, de roupas sujas e em fiapos. Aproximei-me então com os olhos dilatados disse-me:

__ Estúpido e desgraçado homem! Sei o que queres, sei para onde tu estás a ir... Feche os olhos e apenas ouça minha voz.

Tu estavas em um sonho de realidade, transcrevendo suas verdades, em papéis velhos e sujos, por certo os mais puros, mas longe de chegar a algum lugar.
Olhavas para o alto, estavas em alto mar, por sobre si um céu azul onde as gaivotas profetizavam seu destino, o céu e o mar, tudo estava a cantar!
E por toda sua viajem nunca esteve só, apesar da solidão ser o único sentimento latente em seu corpo.
Ouça agora e atentamente, pobre homem das camadas inferiores, esta é uma canção que afasta o sono!
O sono de realidade, tu olhavas o sol e nada podias ver e o sol ria de ti!
O mar balançava seu pequeno barco, e como um tolo permanecias atônico como um verso de estupidez, escrito de um tolo para os tolos.
Então o mar parou, ficou calmo, parecia flutuar!
Esta é uma canção que afasta o sono, atente para o que te digo e incessantemente repito dia após dia, noite após noite, vida após vida...
Este é o sono de realidade, a vida e a morte os dois braços da mentira que por eras de sofrimento, conduz os homens ao erro e ao engano.
Por mais que as ondas te cubram e te faça afogar, se despertares saberá o que fazer... O teu deus não fará por ti, os anjos nem se lembram mais, se encontrão em decadência e catatônica vontade!
A verdade? Se em algum lugar ela existir, há de existir dentro de ti!
Mas não ei de ti enganar pobre e perdido homem, sempre estarás triste... Por quê?
Navegue nas águas turbulentas de sua mente! E faça com que elas se acalmem e então verás o fruto do despertar!
Agora basta o seu caminho seguir, nada examinar, nada a se pedir... Pois nada é digno de apego e até o teu caminho é uma ilusão.

Com gargalhadas se afastou e deitou-se no pó, e em um abraço de fúria a terra lhe engoliu, se fazendo do lugar pedras e desolação.
Rodrigo Taveira.

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