quinta-feira, 19 de agosto de 2010

04-


Caminhando bom espectro...
Andarilho entre dois mundos
Na fronteira imperceptível da visão

Milhares de vozes em sua mente
Singelos sonhos em radiantes estrelas
Somos muitos em um corpo nu.

Caminhando bom espectro...
Batizado em sangue; seu olhar tenaz.
Expulso de seu majestoso palácio.

Sétimo filho da sétima virgem,
Em seus olhos bailam a paz e a discórdia
Exaltando o amor ao ódio, a gloria.

Caminhando bom espectro...
Seus olhos simbolizam o martírio e a vingança,
Historia escondida na memória.

Delírios dos pais das eras,
Muitos são os fantoches famintos
No espetáculo que se denomina vida.

Caminhando bom espectro...
Roga as suas sombras compaixão
Na nebulosa fome de solidão.

Altos vales, cinzento horizonte.
Atravessarei a ponte do arco íris
Para a morada dos deuses.

Se o céu é azul, longa será minha jornada.
Leve-me a essa caçada?
Onde a presa sou eu!

Minha vida em perigo?
Comigo mesmo corro risco.
Só na vida, somente eu.

Gênios dos meus sonhos, sonhos que sequer sei se são meus...
Grande mestre dos sonhos, sonhos teus!
Elevo minhas mãos aos céus, pois minha matéria logo se desfragmentará,
E o meu coração não teve um só dia em que não esteve a sangrar.
Rodrigo Taveira.

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