quinta-feira, 19 de agosto de 2010

03-

E as vozes abissais ecoavam, por, sobre as sombras dos homens além de venturas e figuras sombrias com olhos angelicais.
Perspicaz ele chegou até a hora que alem das profecias deixaremos de sonhar e como um conto perdido do passado sentir o êxtase do fim das promessas. Solitariamente e estático em frente ao portal... Pensa consigo; o que há alem? Vidas a se findar ou resquícios de esperança para recomeçar?
Feito um rosto entalhado em madeira, marfim e barro, está o mistério e a mentira que nos separa do fim.

A vida é um verso assombrado por suas canções melancólicas e vazias. Um anjo sem asas e trancafiado, implorando perdão sem ter pecado.

O Sol está dentro de mim, à luz me pertence. Os pensamentos são a essências da tortura, e a busca pela verdade não trará respostas, não existem respostas somente duvidas.
Somos miseráveis nesta busca cruel e interminável, por um fragmento de verdade e nobreza. Enlouquecidos amassamos barro para uma mascara, que seja justa, real com nossa essência, porém tudo que conseguimos construir é um monstro horrível que reflete a ilusória percepção da nossa personalidade.

A força do mistério tem a sua origem em nossas fraquezas; o conhecimento e o sofrimento crescem proporcionalmente. Quem é forte o bastante para suportar uma dor inimaginável...
Não há quem consiga suportar a dor após sua alma ser dilacerada pelas duvidas... Não haverá sombras suficientes, para lhe refrescar no inferno do conhecimento.

A chuva apaziguou o desespero febril. Ouçam a canção em ondas de radio, transmitida desde o primeiro segundo da criação, elas ecoam incessantemente o principio, o nascimento do tempo e do espaço.

A criação é a completa manifestação da não criação, e mesmo assim todo o trajeto do universo estava contido em seus mistérios. Que soberana vontade conhece as regras deste jogo e nos permiti enlouquecer? Somos essa soberana vontade, um paradoxo caótico e tremulo ao correr de nossas horas.
Rodrigo Taveira

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