...As
crianças, filhos e filhas de Baco, nascidas ao contrário com suas
entranhas expostas ao mundo...
Pequenas
crianças, com aparência de monstros morriam jovens, geralmente
assassinadas pelos falsos homens, morriam santas!
E
no vislumbre que mesmo em seu tardar se revela magnífico e sublime...
As
ideias se polarizam e em paralelas dimensões se cruzam... Quando
mais se acha ser, menos se é... Que seja “Draco” ou uma raça
inferior, esteja sobre libra ou não, denominado deus ou não, tenha
o futuro sombrio proscrito e o passado glorioso na carga genética...
Tudo não passa de uma demonstração caótica e de uma única
realidade...
Palavras
não explicam, apenas realçam a incapacidade de compreensão,
temos uma grande transmutação que te leva ao nada e dele lhe
retira! Somente isso?
O
que cremos é a concepção da devastação incapacitada... De quem?
Muito
pessimista? Não! O futuro é mais sombrio e nefasto, pode acreditar
caro amigo!
A
ilusão de paz e beleza breve cairá!
Não
adianta fugir, nem estabelecer a polarização... O futuro é
sombrio!
Os
bons morrem cedo, o mal vive para sempre em sua ruína, o seu
racionalismo... Como gados ao matadouro, fazem isso diariamente, se
entorpecem com um pouco de beleza e bons sentimentos e se atiram a
morte!
Os
bons sempre deixaram de ser!
“E
de longe se avista uma criança, de face doce e alegre! ’’
Todos
os dias são silenciosos e vazios e o caminhante vai, na noite sem
estrelas, para se perder um pouco mais!
Como
todos, os homens nunca serão bons pecadores e nem santos, mas em
queda caminhamos, ao debater das pedras e socos, em correnteza e
desgraça...
Como
todos, somos calejados, irremediavelmente feridos e o que diferencia
alguns, é o saber agradecer!
“Em
espiral desce a escada em paralelo ao mundo visível, você não pode
ver?”
__
O medo, sim! O medo é a fonte da mediocridade e do fracasso da raça
humana...
Dar
te um grito em obtusas sombras... Outrora aparecessem, despertassem
as trevas que ontem iluminavam minha alma.
Lamento
decadente... Moribundo bêbado de cálices espirituais!
Ao
ponto de não saber discernir o que há de verdadeiro dentro de
mim... Tu o sabes?
Nesse
momento eu sou o mal, blasfemo, peco... Desejo algo que possa sarar
essa ferida, pútrida e gotejante...
Elevo
os meus olhos, me transporto a um ermo, o qual escuro e de areia
fétida... Antigo repouso de uma senhora trajada de lua, com uma
criança no colo e um dragão por sobre sua cabeça...
O
Universo se cala? Não, ele não é mudo... O infinito em parto
suspira, a perfeição silenciosa me faz tocar, provar o
firmamento... Emanar do nada para o nada! Levemente doce...
Desde
agora e para todo o sempre, devolvam minha alma, retirem minha
pele...
Pois
bem! Se entenderem, compreendam! Enfim, nada além aos que chamarem
sem compreensão...
Bons
amigos ascendam uma fogueira! Melhor servir de alimento ao fogo, do
que de refugio e falatório a espíritos medíocres.
''Crer,
compreender, realizar... ''
Talvez
chegado o dia eu vá me refugiar nos sonhos, sonhos que me fazem
bem...
Para
o mundo será loucura, mas para mim é chegada a hora da minha cura,
minha única salvação!
Escalar
da glória, assim ao súbito consumar da existência, predisse e não
o disse. Estivestes aqui e não compreendestes... Medo!
Em
momentos abissais, inferiores... Seja dito que não questionarei tuas
dores!
Fechando
ao escuro âmago da tua alma...
Agora
durma! Já é chegado o final desta tragédia... Pois até os tolos
percebem a consciência tem vontade própria... Assustador?
Em
tua alma posso contemplar caro amigo... Claro como o amanhecer! Neste
momento te viras contra minha face e já possuindo sua espada
desembainhada e aos quatro ventos grita como um louco que sou seu
inimigo!
A
ti declaro minhas palavras, te amo... E não ousarei mexer quando
atravessares pelas minhas costas e perfurares o meu coração...
Pois
ontem e até o amanhã, bem sei que sempre fui leal e se mesmo assim
sou digno de morte, entrego me a sorte predestinada de que me já é
a hora de não mais dormir...
Desde
já... Tens o meu perdão!
Vejo
a lua pela colina...
Ela
vem de encontro com minhas dores!
Amada,
me traga soturnos ares,
Por
onde passo seus gritos ecoam:
__
Não há mais tempo para chorar!
Nuvens
fazem de ti morada,
Sim,
desejo das habitações...
Quanto
ao fogo, te faça fogo!
Aqueceis
nossos corações!
Lua,
bela Lua e amada minha!
Noite
escura a me velar...
Uma
profana vigília na madrugada!
Espíritos
errantes tragam me antes do Sol raiar!
Vendavais
do pensamento...
O
destino a se enfurecer...
A
mim mesmo sinto tormento,
Que
em minha alma, o enlouquecer!
Não
há mais tempo para lágrimas!
Não
há mais tempo para pedir perdão!
Não
há mais tempo para esperar em Deus!
Não
há mais tempo para chorar!
No
santuário de minha alma...
Nas
cavernas onde me escondo!
Dunas
de minha mente,
Ao
circular do tempo, desfazem e choram, se lamentam?
É
digno se despedir...
Insolente
destino!
Maldito
e pérfido caminho que ofereces a mim?
Quer
me ver sofrer? Miserável carrasco!
Arranca
para ti as minhas vísceras, não temas!
Ainda
que em meus olhos estejam lágrimas a escorrer... Não temas!
Eu
sei que sabes, mas não temas!
Pois
certamente compreendes, morrerás comigo!
O
que a mim tens feito, em ti se reflete...
A
dor que sentes é a ferida que cutuco em meu peito...
Rodrigo Taveira .:.