segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Diálogos das sombras. (3ª parte)


... A tristeza caro viajante destrói as amarras do tempo. Atenta ao que digo, longe... Em um local aonde certamente não chegaras, vive, sim vive! Uma mulher que ciclicamente viverá...
A tristeza possui essa sutileza, este poder e disso pouco sei peregrino. Ela desconstrói o tempo, torna tudo lento e sufocante. Uma cicatriz que não se fecha e uma alma acorrentada com correntes que de tão forte, nem mesma a fúria do tempo é capaz de desgastar...
Pergunte me viajante, se há cura, salvação?
Direi te, suba em silencio até o ponto mais alto desta montanha que lhe mostro, olhe para o precipício e deixe ele olhar dentro da tua alma... Você pode fazer isso? Se voltares e descerdes a montanha, estarás salvo!
Se te precipitares e na boca do abismo descer. Certamente estarás aqui amanhã, no mesmo lugar esperando outra sombra a lhe aconselhar...
Sábio é que continue seu caminho pois, os olhos do precipício são desejáveis e sua boca faminta, não há de se fartar!
Dê a volta, volte a caminhar!

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