domingo, 22 de maio de 2011

O que nos molda é a nossa imaginação...


O tempo se distorce, silencia o furor...
E mais à frente se diz: __ Não somente o tempo mas o mundo inteiro deixa de existir!
Você estava perto e distante e de fracos e leves reflexos os seus olhos se cruzavam com os meus...
Era doce, poético...
Sublime e exausto, mortal...
Por vezes imoral!

E o tempo?
Um velho de roupas novas
E a vida?
Não nos dá novas oportunidades.
Recuperar o que já foi perdido?
O que já apodrecido?
Morto em acreditar viver?
Trevas que há de iluminar?

__ Estava lá dentro o tempo todo, perdido por dentro, nas entranhas...

Vagar é o que resta...
Decerto, em todo tempo
Tentei crer que não, mas o tempo está passando e o que retorna sempre é aquilo que outrora havia perdido por dentro...
Vivendo como um fantoche em mentiras em querer acreditar, realizar ironicamente e amar...
Mas era, sentia, desejava... O que mais se pode fazer?

__ Não mais... Poderia tudo ter se tornado um?

Ficou perdido por dentro. E o tempo passou, o mundo passou, tudo se foi para longe, para além do imaginário... Para o descaso das falsas morais.

As cicatrizes na alma mostram como se fere, como se perde...
Estou perdido por dentro.

Vejo uma alta colina e é frio, muito frio! Vozes por todos os lados, atribulo-me, sinto medo...Começo a girar em um ritmo descompassado, em uma atmosfera incontrolável.

Enfim... Um sorriso seguido de uma lágrima, o silêncio cobre o meu corpo nu como uma lasciva dama em um tantra interminável.

Os Céus se abriram...
Uma sinfonia me acompanhava
Era doce, turbulenta.
Fria e de tão áspera
Cortava minha pele.
A eternidade em poucos segundos...
A liberdade do eu.
Sou o que sou...
Eterno, imutável
Mesmo que não dure...
Os deuses contemplam minha Ascensão!

Flagelos cairão sobre o piano nesta madrugada...
As ondulações se perdem,
Contorcem-se,
Transformam-se!
O universo em contração...
O medo já não existe mais;
A sua lembrança é doce em meus lábios!
As flores exalam perfumes de morte...

Flagelos sobre o piano...
O pianista se decompõe, desfragmenta...
Flagelos sobre o piano...
A canção evoca o que é!
Flagelos sobre o piano...
Sou o que sou!

E sobre o chão,
Sua vida despedaçada
Sua pele manchada
Seu desespero, sua loucura!
Sua paixão!
Versos na soturna noite de libertação...

Não mais...
Como o fogo de uma vela
O sopro do nada
A consumação do ser...
A inocência do não existir...


Desejo ouvir tua voz dizendo-me que este não é o fim, a solidão é como uma tortura que provocamos mesmo na esperança de sermos especiais, mas a verdade é que somos fracos em demasia para suportar a vida como ela se mostra a nós... Temos asas que não podemos usar, liberdade que escravizam os sonhos, as quais se manifestam como demônios famintos... Nos nossos olhos se pode ver toda a dor e angustia que o conhecimento proporciona, vitimas, somos vitimas por almejar sermos heróis, então desistimos e nos tornamos vilões famintos em busca de toda e qualquer duvida...

Ele me chamou pelo nome.


Um sábio contando uma historia sobre o fim, com roupas sujas e em fiapos. Aproximei me então com os olhos dilatados disse me:

__ Estúpido e desgraçado homem! Sei o que queres, sei para onde tu estás a ir... Feche os olhos e apenas ouça minha voz.

Tu estavas em um sonho de realidade, transcrevendo suas verdades em papéis velhos e sujos, por certo os mais puros, mas longe de chegar a algum lugar...
Olhavas para o alto, estavas em alto mar, por sobre si um céu azul onde as gaivotas profetizavam seu destino, o céu e o mar, tudo estava a cantar!
E por toda sua viajem nunca esteve só, apesar da solidão ser o único sentimento latente em seu corpo.
Ouça agora e atentamente pobre homem das camadas inferiores, esta é uma canção que afasta o sono!
O sono de realidade, tu olhavas o sol e nada podias ver e o sol ria de ti!
O mar balançava seu pequeno barco e como um tolo permanecias atônico como um verso de estupidez escrito de um tolo para os tolos.
Então o mar parou, ficou calmo, parecia flutuar!
Esta é uma canção que afasta o sono, atente para o que vos digo e incessantemente repito dia após dia, noite após noite, vida após vida...
Este é o sono de realidade, a vida e a morte são os dois braços da mentira que por eras de sofrimento conduz os homens ao erro e ao engano.
Por mais que as ondas te cubram e te faça afogar, se despertares saberá o que fazer... O teu deus não fará por ti, os anjos nem se lembram mais, se encontrão em decadência e catatônica vontade!
A verdade? Se em algum lugar ele há de existir, há de existir dentro de ti!
Mas não hei de ti enganar pobre e perdido homem, sempre estarás triste... Por quê?
Navegue nas águas turbulentas de sua mente! E faça com que elas se acalmem e então verás o fruto do despertar!
Agora basta o seu caminho seguir, nada examinar, nada a se pedir... Pois nada é digno de apego e até o teu caminho é uma ilusão.

Com gargalhadas se afastou e deitou-se no pó e em um abraço de fúria a terra lhe engoliu, se fazendo do lugar pedras e desolação.(...)

Colapso.

Ela reviveu novamente em algumas imagens do passado... Para encontrar novos mundos!
Aquela jornada maligna... O objetivo misterioso do cometa dourado alem dos sóis!(...)
Tudo por ela... Ele a amava!
Pela nova revelação cósmica... Colapso estelar fatal;
Entre o coração e o cérebro dos homens!

Tudo se move em torno de uma emoção estressada...

Vivo por ti
Sonho contigo
Canto de ti
No céu se ela fixa...
Tímida estrela agonizante...!

Ancorado por um momento (...)

Tudo se move em torno de uma emoção estressada...

Quando os seus olhos brilharam, foi o dia mais feliz de toda uma desgraçada vida...
O tempo parou e não mais me afligiam...

É o correr por sobre os livros das horas, é se cruzar com os astronautas e a eles pedir ajuda... Mas, eles se viram e vão embora!

Minha tímida estrela agonizante...!

E lá se foi... Ela e todos mais, mas, ainda brilham estrelas em algum lugar!

Minha tímida estrela agonizante...!

Assento me nesta pedra lunar, espero que de min não se esqueçam, existem tantos sonhos que eu quero contar!

Minha tímida estrela agonizante...!

09-

Eu corro por entre silenciosos espaços
admiro a questão que do nada surge, porque?
Entre estrelas e cores inexistentes,
um farol de dor e ilusão;
e o rosto estampado na bandeira
o masto cravado no coração...
surpreso ao enlaçar se as correntes,
que de ouro puro carregadas são,
por uma ave prateada cujo voo
em estardalhaços indica um rumo, a direção!
Ao norte com um cansado olhar
estremecer e em espasmos eu vi!
E singelamente ouvi o som,
que das garras de um maldito tempo,
exige a guerra e as paixões.