sábado, 12 de maio de 2012

12/05/12


'' que seja suave a sua morte, e com sorte não mais nascer... ''

Em minha frente um precipício,
Em minha jornada me perdi!
Não posso mais suportar...
A paz me abandonou!
Não há mais tempo,
Estou completamente fraco e atordoado...
O que acreditava não creio mais,
O que de mim afastava,
Tenho certeza que faz parte de min...
O que julgava certo?
Não mais julgo!
As vozes me perturbam,
O céu é negro!
Não mais vejo o sol?
Minha alma já está cansada,
Meu corpo está cansado,
E o que antes chamava espírito,
Não sei mais!
Sim! Eu posso ouvir!
A queda me chama...
Sim ela está a me chamar!
Talvez a morte me receba e
Traga-me o alívio de que tanto necessito...
Não mais!

'' Se fixa dentro e fora...
É o que está abaixo, é o que está acima.
É o que te preenche, é o que te mantém...
Tudo se faz igual...''

Olho para baixo e vejo um precipício,
Apenas isso, parece não ter fim...
Não me importo mais, o que tinha perdi,
E nada encontrei... Nada sei!
Simplesmente nada além do absoluto nada!
E o que me resta?
Não vejo sentido algum...
Creio que seja isso,
Chegou o fim...
Nada além de nada!
E o que resta é vaidade...

sexta-feira, 11 de maio de 2012

11/05/12


Desfaço do tempo, me reviro no tempo, me perco em meus pouco momentos de lucidez.
A noite me encontro com velhos sussurros de uma negativa peculiar, o amor e solidão tão próximos, como um pássaro e o céu!
A ruína reescrita e a esperança atormentadora, doce são os lábios que me faz querer ver o Sol, apesar da dor!
Doravante minha estrela ouvisse o meu silencio e comigo fugisse para além das altas e sombrias montanhas... Por onde carros nem frias e demoníacas mecânicas podem chegar!
Sou um homem de alma antiga, cuja as marcas de cíclicas existências já começam a doer... Quantas vezes mais de um tumulo terei de sair? Há quantos mais terei de provar que longe, bem longe das cidades de cristais e dos vales flamejantes existe uma arvore, na qual nossos nomes talhados foram...
Levado por seus lobos até a mais alta colina, ele viu a escuridão, ele sentiu a turva neblina curar seus olhos da cegueira, se sentou e sobre si há mais bela Lua, com seus irmãos uivou, cantou, chorou, agradeceu pela pequena fagulha de luz que seus olhos podiam ver...
Qual o sentido de corpos tão pesados e frágeis mentes? Sonhadores e espreitadores, uma caça silenciosa pelo absoluto vazio... Qual a verdade nas silhuetas e suas sombras?
(Rodrigo Taveira)

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ecos ao amor.


Sinto que a encontrei, minha razão está calada, minha mente gira em orbita dos meus pensamentos inacabados e imprecisos, a realidade que enxergo é inversamente da que alguns segundos eu acreditava, posso pressentir algumas sensações que nunca senti...

Fantástico sonho, eis a definição do que sinto ou julgo sentir quando os meus olhos se fecham e o meu pensamento é levado para ti... O que é real? Sensações que tomam formas e bailam sobre mim, uma progressiva canção que não sei para onde me levara.
Tu és a ninfa que habita os rios do meu corpo... O anjo caído que me excita e aterroriza. A Lua a qual oferto meu saudoso lamento, o uivo silencioso enquanto sua luz se reflete no turvo lago que sãos os meus olhos...
Algumas escolhas eu fiz, outras por mim foram feitas, por algum tempo conduzi, por outro fui conduzido... Tudo que se encontra comigo por alguma vez foi perdido, em varias portas bati, algumas se abriram, outras se fecharam e umas não existiam... E de confuso esse teu amor me faz viver.
(Rodrigo Taveira)

terça-feira, 8 de maio de 2012

08/05/12


I- 
Qual o caminho seguir neste paradoxo que se tornou a minha alma, em cada vida, cada história... Se tornou impossível apagar tantas lembranças, marcas, cicatrizes... A realidade me confunde constantemente, eu vejo o que já vi, vivo, sinto o que não deveria sentir... Minhas lagrimas caem pelo seu sorriso e sua felicidade é a minha dor!
Onde estou? Quem eu sou?
Meus olhos se perdem no vazio entro em um estado de perturbação mental... não sei mais, e o que sei não é o bastante!
A sensação de não se estar em casa, consumindo aos poucos e vagando, apenas vagando, sem rumo, sem canções, enfeitiçado pelos céus e fascinado pelo desejo de retornar...
Quem sou? Onde estou?
Um viajante de milhares de caminhos, portas queimarei, paredes derrubarei e o que restara sempre será, portas e paredes...


II- 
Não sei se é uma recordação ou passos silenciosos nos quais perco minha lucidez... Como em um espelho, milhares de eus e uma mesma respiração, milhares de lugares e a mesma foma, um mesmo tempo e variantes espaços...
A canção que ouço, os pensamentos há se misturarem em uma atmosfera de inconsciência, a realidade se transforma em um paradoxo. Me perco em linhas cruzadas, me sinto solitário em uma encruzilhada, no entretanto existem milhares de eus solitários e presos na mesma intenção...
As vozes que além da compreensão nos aprisionam e nos ferem... Por vezes me esqueço e suspenso no vácuo permaneço, inebriante queda! Transformar se em uma gota de chuva, em uma nuvem ou em um raio solar...
Não existe despertar para aquele que não se recorda de quando dormiu... Um emaranhado de energias, essa teia da qual não se pode afastar...
Este é o farfalhar dos gestos, o grotesco gosto de desespero nos beijos apaixonados nas esquinas, a fumaça dos inocentes que se perdem nos nevoeiros da razão...
Acorde! Acorde! Acorde! Tão cedo ou longe, raso ou profundo, perto ou absurdamente distante... Tudo soa como três negativas antes do galo cantar.


III-
Para sempre serei...
Para sempre serei só...
Por mais que detalhes venham a aparecer...
Para sempre serei só nas extensas nebulosas, entre as constelações a me esconder...
Nos confins do universo talvez encontrar, essência metade de minha alma.
Venha voz da indagação, abro meu peito a luz de outrora eras, iluminem! 
Decifra as minhas palavras, conduza minhas mãos como cavalos selvagens, violem a minha razão ou a razão da qual desconheço!

O dia se separa da noite quando dorme o Sol
Para a Lua que no céu se ergue escrevo meu lamento
Das flores que aqui estavam nada restou
Minha morte se deu, bravo novo mundo!

A vida que sucumbe a realidade
Os versos ecoam, rasgando os céus com seus trovões
Ter em si mesmo a eternidade...
O que vejo de mim mesmo, nada!

Sim ser, apenas o vazio de ser
Sim ser, nada!

Transformar musica em palavra  era sublime...
Hoje somente vejo corvos em minha mente em cada nota.
Não sei quanto tempo terei de esperar até enlouquecer de vez...
Tudo é tão lento e mórbido que tal como um espelho velho, o que reflete? Eu não sei!
(Rodrigo Taveira.)