terça-feira, 8 de maio de 2012

08/05/12


I- 
Qual o caminho seguir neste paradoxo que se tornou a minha alma, em cada vida, cada história... Se tornou impossível apagar tantas lembranças, marcas, cicatrizes... A realidade me confunde constantemente, eu vejo o que já vi, vivo, sinto o que não deveria sentir... Minhas lagrimas caem pelo seu sorriso e sua felicidade é a minha dor!
Onde estou? Quem eu sou?
Meus olhos se perdem no vazio entro em um estado de perturbação mental... não sei mais, e o que sei não é o bastante!
A sensação de não se estar em casa, consumindo aos poucos e vagando, apenas vagando, sem rumo, sem canções, enfeitiçado pelos céus e fascinado pelo desejo de retornar...
Quem sou? Onde estou?
Um viajante de milhares de caminhos, portas queimarei, paredes derrubarei e o que restara sempre será, portas e paredes...


II- 
Não sei se é uma recordação ou passos silenciosos nos quais perco minha lucidez... Como em um espelho, milhares de eus e uma mesma respiração, milhares de lugares e a mesma foma, um mesmo tempo e variantes espaços...
A canção que ouço, os pensamentos há se misturarem em uma atmosfera de inconsciência, a realidade se transforma em um paradoxo. Me perco em linhas cruzadas, me sinto solitário em uma encruzilhada, no entretanto existem milhares de eus solitários e presos na mesma intenção...
As vozes que além da compreensão nos aprisionam e nos ferem... Por vezes me esqueço e suspenso no vácuo permaneço, inebriante queda! Transformar se em uma gota de chuva, em uma nuvem ou em um raio solar...
Não existe despertar para aquele que não se recorda de quando dormiu... Um emaranhado de energias, essa teia da qual não se pode afastar...
Este é o farfalhar dos gestos, o grotesco gosto de desespero nos beijos apaixonados nas esquinas, a fumaça dos inocentes que se perdem nos nevoeiros da razão...
Acorde! Acorde! Acorde! Tão cedo ou longe, raso ou profundo, perto ou absurdamente distante... Tudo soa como três negativas antes do galo cantar.


III-
Para sempre serei...
Para sempre serei só...
Por mais que detalhes venham a aparecer...
Para sempre serei só nas extensas nebulosas, entre as constelações a me esconder...
Nos confins do universo talvez encontrar, essência metade de minha alma.
Venha voz da indagação, abro meu peito a luz de outrora eras, iluminem! 
Decifra as minhas palavras, conduza minhas mãos como cavalos selvagens, violem a minha razão ou a razão da qual desconheço!

O dia se separa da noite quando dorme o Sol
Para a Lua que no céu se ergue escrevo meu lamento
Das flores que aqui estavam nada restou
Minha morte se deu, bravo novo mundo!

A vida que sucumbe a realidade
Os versos ecoam, rasgando os céus com seus trovões
Ter em si mesmo a eternidade...
O que vejo de mim mesmo, nada!

Sim ser, apenas o vazio de ser
Sim ser, nada!

Transformar musica em palavra  era sublime...
Hoje somente vejo corvos em minha mente em cada nota.
Não sei quanto tempo terei de esperar até enlouquecer de vez...
Tudo é tão lento e mórbido que tal como um espelho velho, o que reflete? Eu não sei!
(Rodrigo Taveira.)

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