segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Flores, palavras, morte...

As crianças, filhos e filhas de Baco, nascidas ao contrário com suas entranhas expostas ao mundo...
Pequenas crianças com aparência de monstros, morriam jovens, geralmente assassinadas pelos falsos homens, morriam santas!

E no vislumbre, que mesmo em tardar se revela magnífico e nefasto...
As idéias se polarizam e em dimensões se cruzam... Quando mais se acha “Ser”, menos se “É”... Que seja “Draco”, ou uma raça inferior, esteja sobre libra ou não, seja chamado de deus ou não, tenha o futuro sombrio proscrito e o passado glorioso na carga genética... Tudo não passa de uma demonstração caótica e de uma única realidade!
Palavras não explicam nada, apenas realçam a incapacidade de compreensão, temos uma grande transmutação que te leva ao nada, e dele lhe retira!
O que cremos é a concepção da devastação incapacitada. Muito pessimista? Não! O futuro é mais sombrio e dissimulado, pode acreditar caro amigo!
A ilusão de paz e beleza breve cairá! Não adianta fugir, nem estabelecer a polarização... O futuro é sombrio!
Os bons morrem cedo, o mal vive para sempre em sua ruína e loucura...
Vós sóis como gados ao matadouro, fazem isso diariamente, se entorpecem com um pouco de beleza e bons sentimentos e então de bom grado se doam a morte...
Os bons sempre deixaram de ser!

E de longe se avista uma criança, de face doce e alegre! ’’


Todos os dias são silenciosos e vazios e o caminhante vai, na noite sem estrelas, para se perder um pouco mais!
Como todos os homens nunca serão bons pecadores e nem santos, mas em queda caminhamos, ao debater das pedras e socos, em correntezas e desgraças...
Como todos os homens somos calejados, irremediavelmente feridos e o que diferencia alguns, é o saber agradecer...

Em espiral desce a escada em paralelo ao mundo visível, você não pode ver?”

O medo, sim! O medo é a fonte da mediocridade e do fracasso da raça humana...

Dar-te um grito, em obtusas sombras... Outrora aparecessem, despertassem as trevas que ontem, iluminavam minha alma.
Lamento decadente...
Ao ponto de não saber discernir o que há de verdadeiro dentro de mim...
Nesse momento eu sou o mal, blasfemo, peco... Desejo algo que possa sarar essa ferida, pútrida e gotejante...
Elevo os meus olhos, me transporto a um ermo, o qual escuro e de areia fétida; Local de repouso de uma senhora trajada de lua, com uma criança no colo e um dragão por sobre suas cabeças...
O Universo se cala, o infinito em parto suspira, a perfeição silenciosa me faz tocar, provar o firmamento...
Desde agora e para todo o sempre, devolvam minha alma, retirem minha pele...
Pois bem! Se entenderam, compreendam! Enfim, nada restara além aos que se chamarem “sem compreensão”...
Bons amigos ascendam uma fogueira! Melhor servir de alimento ao fogo, do que de refugio e falatório a espíritos medíocres.

''Crer, compreender, realizar... ''

Talvez, chegado o dia, eu vá me refugiar nos sonhos, sonhos que me fazem bem...
Para o mundo será loucura, mas para mim é chegada a hora da minha cura, minha única salvação!
Escalar da glória, assim ao súbito consumar da existência, predisse e não o disse. Estivestes aqui e não vos o compreendestes... Medo?
Em momentos abissais, inferiores... Seja dito que não questionarei tuas dores!
Fechando ao escuro âmago da tua alma...
Agora durma! Já é chegado o final desta tragédia...
Em tua alma posso contemplar caro amigo... Claro como o amanhecer!
Agora te viras contra minha face e já possuindo sua espada desembainhada e aos quatro ventos grita como um louco que sou seu inimigo...
A ti declaro minhas palavras, te amo... E não ousarei mexer quando atravessares o meu peito e perfurares meu coração...
Pois desde ontem e até o amanhã, bem sei que sempre fui leal e se mesmo assim sou digno de morte, entrego-me a sorte predestinada de que me já é a hora de não mais dormir...
Desde já... Tens o meu perdão!

Vejo a lua pela colina...
Ela vem de encontro com minhas dores!
Amada, me traga soturnos ares,
Por onde passo seus gritos ecoam:
Não há mais tempo para chorar!

Nuvens fazem de ti morada,
Sim, desejo das habitações...
Quanto ao fogo, te faça fogo!
Aqueceis nossos corações!

Lua, bela lua e amada minha!
Noite escura a me velar...
Uma profana vigília na madrugada!
Enfim, tragam-me antes do sol raiar!

Vendavais do pensamento...
O destino a se enfurecer...
A mim mesmo sinto tormento,
Que em minha alma, o enlouquecer!

Não há mais tempo para lágrimas!
Não há mais tempo para pedir perdão!
Não há mais tempo para esperar em Deus!
Não há mais tempo para chorar!

No santuário de minha alma...
Nas cavernas onde me escondo
Dunas de minha mente,
Ao circular do tempo, desfazem e choram, se lamentam!
Despedem quando voltam...
Insolente destino!
Maldito que pérfido caminho ofereces a mim?
Quer me ver sofrer? Miserável carrasco!
Arranca para ti as minhas vísceras, não temas!
Ainda que em meus olhos estejam lágrimas a escorrer... Não temas!
Eu sei que sabes, mas não temas!
Pois certamente compreendes, morrerás comigo! (Rodrigo Taveira)

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